quarta-feira, abril 27, 2011

Marcel Gauchet

Uma "habituée" das sessões do centro cultural Gulbenkian, aqui em Paris, interveio para dizer que se tratara da mais interessante conferência-debate a que por ali assistira. Não sei se estava certa, mas a verdade é que quem ontem, ao final da tarde, ouviu Marcel Gauchet falar das "Metamorfoses da democracia" não perdeu o seu tempo.

O filósofo fez um curioso bosquejo da evolução da prática democrática, concordando com quantos colocam a nossa Revolução de abril na abertura da terceira vaga de libertação, que haveria de descer à América Latina, para retornar à Europa da centro e leste. Repetindo que "os homens fazem a História, mas não sabem a História que fazem", Gauchet singularizou o mítico "homem novo" como a tentativa de criar um ator que sabia a História que protagonizava. Nos debates, falou-se, entre outras coisas, da vitória do individualismo, com a "autodestruição doce" do poder coletivo. E a questão da legitimodade, em torno dos modelos de representação política, com as suas contradições e deceções, foi também abordada.

Saí da conferência "como uma seta": tinha à espera o Real-Barça... A filosofia era outra.

6 comentários:

Anónimo disse...

"como uma seta": tinha à espera o Real-Barça... A filosofia era outra.


Pois ... não gravei...
de qualquer forma irrelevante...
Isabel
Reconheço que é um bom "dispersor" de frustrações até de crises...
Tão bons como levitra e sialis...

Há poderes que até anulam e atenuam os deveres do supérfluo...

P.A. Lerma disse...

atão se o 25 de Abril foi a 3ª vaga

a cubana foi a 2,5?

a mexicana foi a 0,9

a russa foi a 1ª

ou foi a francesa

ou foram os hussitas

é que cada uma destas coisas pode desencadear outras

mas cada uma tem muita individualidade

1848 não foi uma revolução europeia

o vencedor de waterloo não fuzilou nas ruas de Londres nem em Peterloo en Manchester nesse ano 1819 quando dispersou uma proto-revolução com as patas dos cavalos e os sabres

logo tudo depende se a revolução encontra um kadahfi na frente

quando os regimes amolecem as revoluções têm mais sucesso

P.A. Lerma disse...

é só uma opinhão

resumindo prognósticos sobre a democracia só no fim do jogo

e está quase no fim

Anónimo disse...

Tem um rosto afável ...
tem de ser Boa pessoa.

Agora não conseguir "prende-lo" com a estratégia filosófica, em detrimento de dois estrategas Mourinho Guardiola ...

Dá que pensar...

E o jogo valeu a pena...

Pelo menos os meus dois patrimónios riram de prazer,auferiram da desgraça alheia, viram-se ao espelho na impetuosidade primária do mourinho , mas não se reviram nem se encontraram... juntaram-se à poesia do Barça... Oh até parece...
Isabel Seixas
Oh meu Deus, se eu já não fosse mulher a sério que queria ser...

Tão bonito a espécie de novoriquismo que paira incólume e até na impunidade do FMI, que permite a uma minoria das minorias passear de jato enquanto a doação de órgãos tem que esperar vez...

Hey!!!?...nada de arranjar um bode expiatório somos todos culpados.

A culpa é a única que não se importa em ser equitativa...
Que mulher fatal...

Helena Oneto disse...

A conferência foi interessante mas fiquei "sur ma fain" quanto às "déconcertantes visages de la démocratie" e "liberté sans pouvoir n'a pas de sense".

Helena Sacadura Cabral disse...

Minha querida Helena O
Estou consigo. Qual o sentido de "liberté sans pouvoir n'a pas de sense"?!

Notícias da aldeia

Nas aldeias, os cartazes das festas de verão, em honra do santo padroeiro, costumam apodrecer de velhos, chegando até à primavera. O país pa...