terça-feira, maio 18, 2010

Investir em Lisboa

Mostrar a capital portuguesa como destino para o investimento estrangeiro foi a aposta ontem ganha pelo presidente da Câmara Municipal, António Costa, numa iniciativa conjunta com a Associação Comercial de Lisboa, realizada em Paris. Ambas as entidades são parceiras na InvestLisboa, que organizou uma eficaz jornada de promoção na nossa Embaixada.

Ao almoço, juntámos grandes empresários da comunidade portuguesa. À tarde, esclarecedoras apresentações suscitaram um animado diálogo com advogados, jornalistas, empreendedores e diversos outros agentes económicos, franceses e portugueses.

Nesta ação promocional, ficaram muito claras as vantagens comparativas que Lisboa pode oferecer ao investidores externos, projetando a nossa capital para áreas diferentes dos mercados sectoriais onde os seus créditos estão já bem firmados, como sejam o turismo ou os congressos. Ao esforço de renovação por que Lisboa passa é importante associar capitais internacionais que queiram aproveitar a oportunidade para explorar novas zonas de expansão urbana ou as várias intervenções previstas em setores a requalificar.

Como se viu em dois magníficos filmes, muito apreciados pelas cerca de 100 pessoas presentes no evento, Lisboa tem uma imagem contemporânea nova e muito sedutora.

Tal como diz o meu querido amigo Marcos Vilaça, presidente da Academia Brasileira de Letras, Lisboa está cada vez mais... Lisótima!

5 comentários:

margarida disse...

Ah, Excelência, o fantasioso poder do marketing...
Não que não existam clusters de oportunidade e de beleza, que os há e devemos fazer-lhes justiça, mas..., tanta animação em cima de uma realidade sobretudo doente, é boa só para o exterior.
"Sabe do convento que vive lá dentro"...
Dirá que sou pessimista por convicção.
Dir-lhe-ei que é optimista por vocação.
p.EX., terá ideia da carga burocrática para se aceder, p.ex. a um QREN? A tonelada de papéis?
Não tem...
Ao perceber isso, qualquer estrangeiro desaparece na curva da estrada antes que espirremos com o pó que levantou na fuga.
Sobramos nós. Os portugueses 'de cá', que temos de nos sujeitar à realidade concreta, que tem pouquíssimo que ver com filmes 'promocionais'...
Ficamos assim, desejando os maiores sucessos a todas estas iniciativas, mas que saiam dos cocktails e das palestras e mostrem obra!
'res non verba!'
E depois, um dia, talvez falemos.

Helena Oneto disse...

"Lisboa tem uma imagem contemporânea nova e muito sedutora."
Gosto muito da cidade onde nasci e reconheço que muito se fez e se tem feito mas há ainda muito a fazer.
Excelente iniciativa. Espero que dê frutos!

Anónimo disse...

Concordo.
Entretanto deixem espaços para piqueniques... Pena o Jamor não ter um açude por pequeno que seja...
Isabel Seixas

DL disse...

Os estrangeiros, e os franceses em particular, têm para com Lisboa uma atitude de benigna simpatia, sem, porém, deixarem de ficar estupefactos com o estado de degradação a que chegaram a cidade e os seu edifícios. A promoção no exterior vai dar poucos resultados se a CML não actuar no essencial: a qualidade de vida na cidade, que passa por serviços de limpeza que funcionem, por estradas transitáveis, por disciplinar o estacionamento. O Dr. António Costa é provavelmente o primeiro presidente da CML que consegue que seja notícia o arranjo de buracos das ruas da sua cidade.

Anónimo disse...

Sem exagerar. Já passearam pela rua de São José? Sim, aquela paralela à avenida da Liberdade? Foram ao Campos dos Mártires da Pátria e viram o estado dos prédios ao lado da Embaixada da Alemanha? Sabem que muitos dos prédios devolutos têm placa a dizer "património Municipal"? Que por todo o lado existem quarteirões inteiros com prédios fabulosos sem ninguém? Dizem-me, os nossos autarcas, com um suspiro: "é complicado!". E vai mais uma viagem a Paris - como essas das que o senhor Embaioxador fala no texto sobre o H. Roque. Mas eles ao menos aproveitam essas viagens a Paris, Londres e, até Madrid, para tentar saber como foi o problema do centro dessas capitais resolvidos. Evidentemente que não, caso contrário já saberiamos! Entreguem as casas devolutas - são prédios inteiros de andares, coisas enormes, por exemplo em frente ao restaurante Solar dos Presuntos! - aos artistas, deixem as cooperativas trabalhar, dêem-lhe esses prédios! O Jack Lang fez isso nos anos 80 em Paris - alguém ouviu falar no Hôpital Ephémère?.... tanta gente importante saiu dessas coisas. As ocupações eram apoiadas pelo poder da época, depois os proprietários mexiam-se, por vezes eram até as câmaras!... Pudera, a especulação ficou à rasca! E , então, aconteceu o quê? Os artistas negociavam a partida e o Jack Lang, que por acasa já nem é hoje o que era, arranjava-lhes outra casa devoluta.... Por acaso, alguém neste blogue ouviu falar no Hopital Ephémère (e nos que se seguiram), onde nasceram tantos estilistas, tantos pintores, tantos artistas? Enfim: o Portugal dos brandos costumes aceitaria coisas destas? esta tb é uma boa questão... vive-se bem fora de Lisboa, sobretudo no estrangeiro, e é tão bom ir de vez em quando à Pátria ver que continua tudo na mesma - mas apenas é bom o ar, o peixe... e o povo das aldeias.... porque o resto... é o quê? alguém sabe? talvez sim, talvez sim, dinheiro.....

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