Estou certo que a Rosário teria gostado do momento que os seus familiares e amigos criaram na quinta-feira, no Père Lachaise, na muito triste e emocionada despedida que muitos lhe fomos prestar.
Com o Álvaro Vasconcelos, seu marido, a Rosário de Moraes Vaz foi a espinha dorsal dessa grande aventura de modernidade no pensamento geopolítico português que constituiu o Instituto de Estudos Estratégicos Internacionais, cuja revista "Estratégia" ela propria dirigiu.
Lembro-me bem dos debates que tivemos no âmbito do EuroMesco, essa rede a que ela tanto se dedicou, na busca de soluções para o espaço do Mediterrâneo, o tema que sempre a fascinou. E as discussões sobre a Europa, onde estivemos bastante distantes para, mais tarde, coincidirmos muito nas nossas perspetivas.
Lembro-me bem dos debates que tivemos no âmbito do EuroMesco, essa rede a que ela tanto se dedicou, na busca de soluções para o espaço do Mediterrâneo, o tema que sempre a fascinou. E as discussões sobre a Europa, onde estivemos bastante distantes para, mais tarde, coincidirmos muito nas nossas perspetivas.
A Rosário era uma personalidade forte, frontal, com muitas ideias e com vastas razões para as afirmar. Muito culta, atenta às questões do mundo, iluminava as discussões e revelava a sua inteligência brilhante, num "tandem" sempre criativo com a serenidade profunda do Álvaro.
Recordo, agora com saudade, a nossa última conversa, na sua casa, aqui em Paris, ela com o seu inseparável cigarro e o seu entusiasmo transbordante. E, depois, o último dia em que brevemente falámos, no ano passado: ambos de muletas, fruto de acidentes, saídos de uma conferência sobre a Europa, na Gulbenkian de Paris. Ironizámos que estávamos ambos como o próprio projeto europeu...