segunda-feira, dezembro 20, 2010

Óquei

Uma curta notícia num jornal dava ontem conta da morte de Correia dos Santos. Mas quem era Correia dos Santos? - perguntará a maioria dos leitores, para quem este nome nada dirá.

Pois fiquem sabendo que foi uma das grandes figuras do óquei português, lado a lado com o seu primo Jesus Correia (na foto, à esquerda, em baixo, e que também pertenceu aos "cinco violinos", esse ataque mítico do futebol do Sporting). Correia dos Santos, com o seu inconfundível cabelo de risca ao meio, está à frente, à direita. Entre ambos, está Raio, que, há anos, fui encontrar a chefiar uma unidade hoteleira em Sintra. De pé, ao lado do selecionador José Prazeres, figuram, da esquerda para a direita, Sidónio, Emídio e Edgar. 

Este foi um "dream team" dos anos 50, que antecedeu outras magníficas equipas do nosso óquei, com jogadores da qualidade de Livramento, Adrião, Rendeiro, Cristiano e tantos outros. Quantas noites passei, agarrado ao rádio, a "imaginar" o deambular dessas nossas equipas por rings do mundo, em especial nessa que era a "catedral" de Montreux, na Suíça, onde as grandes "batalhas" tiveram lugar.

O óquei em patins era, no tempo do Estado Novo, a modalidade que trazia para Portugal a maioria das muito escassas vitórias que o nosso desporto internacional conseguia obter. A qualidade do nosso óquei era indiscutível e, por muitos anos, apenas se nos opunham, com algum êxito, a Espanha e a Itália. 

Honra, assim, a Correia dos Santos!

9 comentários:

Anónimo disse...

Lembro-me em Bornes lá em casa das reuniões à noite em volta da televisão dos amigos do meu pai, numa união de facto em que o entusiasmo febril era mesmo mesmo sentido por unanimidade, o cansaço esvaia-se na alegria de uma cumplicidade que Lhes preenchia o sonho em vida e em viagens até lá da plasmada vitória...De Portugal,anos terminais da década de sessenta.

Acho que o prazer de expectativas concretizadas se traduz também no reconhecimento de quem se permitiu concebe-las...

Também homenageio o Sr. pelos anos de glória do meu Pai.
Obrigada
Isabel Seixas

Anónimo disse...

Da minha infância vem um eco de satisfação:- "defende Matos".
O hóquei era, através do som anterior ao transistor e no princípio dele, o máximo! Enchia-se o peito contra os espanhóis!Lembro-me de todos os míudos de uma aldeia berrarem de alegria à roda da única telefonia existente:- a do carro do meu pai!
João Vieira

Guilherme Sanches disse...

... e quando, para festejar as vitórias vinha o bolo comemorativo, dizia-se que não havia dúvidas sobre quem havia de o partir.
- O Raio que o parta! diziam em coro.

Um abraço

João Antelmo disse...

E, no final dos anos 50, princípios dos 60, apareceu a fabulosa geração dos "moçambicanos": Moreira, Velasco, Carrelo, Bouçós...

Portas e Travessas.sa disse...

A geração dos Moçambicanos era do meu tempo de garoto...Velasco, Bouçós, Moreira, etç - agarrado á Emissora Nacional - depois veio a geração de Livramento, Garrancho,leonel (da CUF) - mais tarde veio o Xana, o Sobrinho, o Rendeiro etç. - velhos tempos da RTP.

Claro, que ouvi falar e bem, no Jesus Correia e no Correia dos Santos, este último morreu há dias e fechou o ciclo maravilhoso dos campeonatos ganhos, do Mundo e Europeu.


Até lá e agora, vamos dando uma valentes sticadas, sem jeito e sem arte - está como a RTP dos nossos dias e custa-me todos os meses 3€ e 49c - arranjaram aqui um associado e peras - só que não assisto a nenhuma Assembleia Geral - Sou associado de muitas instituições, nomeadamente o SLB, mas aí, intervenho ou assisto, com muito gosto, ás AG - muito gostaria de assistir a uma AG da RTP.

Ainda não chegamos lá - o voto resolve - sou o Lieldson

Helena Sacadura Cabral disse...

Vi os primos treinar muitas vezes em Paço d' Arcos. Belos tempos!

Anónimo disse...

O meu pai tinha duas grandes paixões desportivas - futebol (o Sporting) e hóquei em patins.

Nunca o acompanhei a um jogo de futebol, mas fomos muitas vezes assistir a jogos de hóquei.

Os adeptos vibravam "à séria" com as vitórias (melhor, ainda, quando a derrota cabia aos espanhóis!).

Livramento, Ramalhete, Rendeiro, Xana, Sobrinho... jogavam imenso. Um espectáculo!

Senhor Embaixador, este é um dos muitos posts que me "leva" até à adolescência e a muitos momentos vividos com o meu pai que perdi há muito tempo.

O meu bem-haja!

Isabel BP

Anónimo disse...

Quero fazer aqui uma correção de injustiças.
Eis a grande seleção: Moreira, Vaz Guedes, Adrião, Velasco, Bouçós, Rendeiro, Livramento e Xana. Isto a contar com o banco...
E eram as telefonias, os trnsistores, as galenas...
Enfim, nostalgias...

J. Ryder disse...

Ó Francisco, "óquei" sem h! Caramba, o vínculo á palavra inglesa original não isenta da sanha do novo acordo ortográfico? Óquei, não, OK?

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Pierre Bourguignon foi, ao tempo em que eu era embaixador em França, um dos grandes amigos de Portugal. Deputado à Assembleia Nacional franc...