terça-feira, dezembro 14, 2010

Cimeiras

De há muito que penso que a pulsão para a frequente realização de cimeiras a alto nível acaba por banalizar este tipo de encontros e, as mais das vezes, por não estar à altura das expectativas de presenças. 

Há hoje, claramente, uma "summit fatigue" no mundo internacional e os chefes de Estado e de governo evitam, muitas das vezes, deslocar-se a esses eventos, na perceção antecipada que, dos seus resultados, pouco sairá com impacto útil e operativo. E, atendendo à intensidade das agendas nacionais, muitas vezes fazem-se representar.

Dois exemplos recentes.

Na cimeira entre a União Europeia e a África, na Líbia, entre 54 países africanos, apenas estiveram presentes 31 chefes de Estado ou governo. Dos 27 países da União Europeia estiveram, em Tripoli, 13 líderes.

Na cimeira da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, em Astana, entre 56 Estados membros, contaram-se 34 chefes de Estado ou Governo.

8 comentários:

patricio branco disse...

exemplo é a cimeira iberoamericana que quase não foi noticia, mesmo nos jornais e televisões portugueses.
Apenas ao enconto bilateral à margem com lula da silva foi dado algum relevo e isto porque disse que o brasil ia ajudar portugal (comprando divida publica)
De facto, os resultados praticos e uteis destes encontros são escassos.
Também há cimeiras onde se trabalha a sério e acredito que as da NATO ou UE têm muito que se lhe diga.
Mas OEA, UA, liga árabe, iberoamericana, palops, quase não passam de uns chás de convívio onde nem todos vão e muitos faltam, e nada na prática produzem. Oxalá não fosse assim.

Mônica disse...

O que é cimeira?
Feta? Se fosse aqui no Brasil ninguem ia querer perder festa é com os brasileiros.
Espero que tenha mais ibope das outras vezes
com carinho MOnica

Armenio Octavio disse...

mas qual é o problema de os governos se fazerem representar?
eu acho muito bem.
devemos deixar os "técnicos" a tratarem dos assuntos, pois acredito que estão devidamente sintonizados com as directrizes politicas.
aos políticos faz mais falta o contacto com as realidades sociais, as populações, que andarem de banquete em banquete.

Armenio Octavio disse...

mas tb acho que existem cimeiras a mais, reuniões a mais, almoços e jantares a mais...

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Arménio Octávio: então não lhes chamem "cimeiras"... e os técnicos também comem!

Anónimo disse...

Talvez hajam Cimeiras a mais e soluções de fato a menos...

Gina Sanches

Armenio Octavio disse...

a nomenclatura é questionável, cimeiras, reuniões, encontros, parcerias, etc... no essencial acho que os políticos e também os técnicos devem prevalecer o contacto com as realidades locais e reais, penso que existem muitas "reuniões" com poucos resultados, e não me refiro apenas ás reuniões entre as Nações e altos representantes, mesmo nas pequenas estruturas, existem demasiados encontros para os resultados...

Mas claro é apenas uma opinião pouco fundamentada...de um observador muito distante

Cumprimentos,

Anónimo disse...

Por falar em cimeiras...

Iniciou a saga dos debates televisivos de sedução explicita ao voto para a presidência da república.

Tendo a lamentar não ter sido tida nem achada na seleção dos candidatos, apraz-me dizer como cidadão "livre" o registo pela falta de representatividade da diferença, por exemplo de género...

A criatividade nos discursos e nos planos de ação para o futuro, espero bem que os candidatos ainda não sejam remunerados porque à luz da produtividade e essência demonstrada... Bem ,Bem estou mesmo a ver Freud a acenar com a cabeça perante as provas dadas de genuíno Egocentrismo de ninguém por defeito...

E o slogan inovador é...

Porque a minha candidatura é a Ùnica...

Lamento mas não consegui extrair mais nada.
Isabel Seixas

Oh! Margarida estava um cibo relutante em dar~lhe razão, mas pelo inicio da aragem...

Os borregos

Pierre Bourguignon foi, ao tempo em que eu era embaixador em França, um dos grandes amigos de Portugal. Deputado à Assembleia Nacional franc...